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O estresse do Cuidador

Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association, no Brasil, entidade que estuda o estresse, descobriu que cerca de 30% dos trabalhos no país são vítimas da síndrome de Burnout (estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional), 48% dos professores sofrem com alguns sintomas e 25% apresentam a síndrome completa. Esta síndrome é geralmente desenvolvida como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho, com intervalos muito pequenos para recuperação. Desde 1999, o Ministério da Saúde reconhece Burnout como uma doença do trabalho. Os efeitos do estresse mais identificados na pesquisa são:


 Sentimento de exaustão

 Sentimento de frustração e irritabilidade

 Sentimento de incapacidade

 Carregar o estresse para casa

 Sentir-se culpado por não fazer o bastante


Na área da saúde, os primeiros sintomas foram observados em profissionais que lidavam com pacientes psiquiátricos. Eles apresentavam um quadro clínico de:


• Exaustão emocional – a pessoa começa a sentir que não dispõe de recursos suficientes para dar aos outros. Surgem sintomas de cansaço, irritabilidade, propensão a acidentes, sinais de depressão, sinais de ansiedade, uso abusivo de álcool, cigarros ou outras drogas, e surgimento de doenças, principalmente psicossomáticas.

• Despersonalização – é o desenvolvimento por parte do profissional, de atitudes negativas e insensíveis em relação às pessoas com as quais trabalha, tratando-as como objetos.

• Prejuízo no desempenho e na produção profissional – conseqüência de um sentimento de avaliação negativa sobre si mesmo.

• Depressão – estágio avançado de ausência de vontade de viver, tristeza que afeta os pensamentos, sentimentos e comportamento social. Pode ser breve, moderada ou grave.


É freqüente se deparar com profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, seja na área da saúde, da educação, funcionários públicos, bancários, manifestando a síndrome de Burnout sem consciência de que isto é uma doença, o que pode levá-los a comportamentos agressivos, violentos, cruéis e até anti-sociais.


A classe dos enfermeiros, pelas características do seu trabalho, estão especialmente predispostos a desenvolver Burnout. Eles trabalham diretamente e intensamente com pessoas em sofrimento, e particularmente os enfermeiros que trabalham em áreas como oncologia, psiquiatria e pronto-socorro, muitas vezes se sentem esgotados pelo fato de continuamente darem muito de si próprios, sem perspectiva e sem reconhecimento pelo seu trabalho. Luís Sá (2006), num estudo realizado com 257 enfermeiros de oncologia, verificou que estes profissionais se encontravam mais desgastados emocionalmente, quando comparados com enfermeiros de outras áreas.


Um dos principais fatores encontrados da origem do Burnout, foi a falta de controle sobre o trabalho. Currículos, diretrizes, orientações políticas e demais processos burocráticos acabam por disseminar discussões infindáveis que sempre acabam acumulando estresse nas práticas profissionais. A sociedade, por sua vez transfere responsabilidades extras ao enfermeiro, sobrecarregando-o e inculcando-lhe papéis aos quais ele não tem competência necessária para responder.


A cada dia mais responsabilidades se agrega às atividades dos enfermeiros nas instituições, é cada vez maior a desvalorização salarial e a sobrecarga horária a que são submetidos. Isto faz com que os enfermeiros não respeitem individualmente um período de repouso entre uma jornada e outra, acumulando empregos e chegando a trabalhar 36 e 48 horas ininterruptas, com repousos de 1 a 2 horas no máximo entre as jornadas de 12 horas.


Esse desamparo sentido pelos cuidadores, por um lado, pode deixar os Terapeutas meio perdidos, sem um referencial para sua profissão neste mundo tão hostil. Mas, é quando estamos no fundo do poço que surge uma luz, e esta luz tem a forma de uma estrela!


É comum entre os Terapeutas a alusão à era de Quíron, como a indicar uma influência cósmica e mítica na busca dessa missão. Na verdade, Quíron é o nome dado a um corpo celeste descoberto em 1977, cruzando as órbitas de Saturno e Urano. Os astrônomos não sabem como classificá-lo, e ele já foi considerado um planeta ou planetóide, um cometa e um grande asteróide. Ele leva cerca de 50 anos para fazer uma só volta em torno do sol!


Além disso, é considerado um ‘planeta transpessoal’, porque faz a ponte entre os planetas inferiores e os chamados transpessoais – Urano, Netuno e Plutão. Sua órbita é elíptica, e não circular como todos os demais planetas. Isso levou os astrólogos a associar a regência de Quíron a uma evolução em espiral, trazendo a consciência do que está cristalizado (Saturno) e a força necessária para as mudanças (Urano).


De fato, a descoberta de Quíron ocorreu numa época de grandes mudanças sociais no planeta – o movimento ecológico, o feminismo, a política do Terceiro Mundo, a consciência pacifista, a busca de tratamentos alternativos, o uso das plantas medicinais e dos produtos naturais etc.


A própria OMS – Organização Mundial de Saúde – reconheceu formas não convencionais de tratamento, como parteiras, benzedeiras, raizeiros, naturoterapeutas, e algumas formas de terapia holística. A acupuntura, a homeopatia e a fitoterapia tornaram-se disciplinas universitárias.


É como se estivéssemos assistindo ao retorno de um inconsciente coletivo, que traz de volta o arquétipo de Quíron e seus ensinamentos. Quíron deriva de Kheiron, e deu origem a quiromancia, quiroprática, quirurgia (que veio a se tornar cirurgia). Seu significado astrológico abarca os arquétipos de Professor, Curador, Músico, Mestre e Guia Espiritual.


No momento em que começamos a fazer aquilo para o qual nossa essência nos impulsiona, entramos em ressonância com o todo e atraímos para nós tudo que é necessário. A bem- aventurança é indescritível. Joseph Campbel dizia: “Vá atrás de sua alegria! ”. A alegria significa que você está preenchido(a) por Deus.

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